18/07/2023 Sindicato patronal diz “não” as reivindicações dos trabalhadores e se recusa dar aumento real de saláriosInês Ferreira O sindicato patronal tratou as reivindicações dos trabalhadores de hotéis, bares, restaurante e afins de Jundiaí e região com total descaso. Depois de várias tentativas de negociação para conquista de um índice decente de reajuste salarial, os representantes dos patrões disseram “não” aos trabalhadores. “O posicionamento do sindicato patronal é extremadamente prejudicial aos trabalhadores. Eles não levaram em conta as perdas acumuladas por causa da pandemia, que ainda refletem nos salários, e se recusaram a conceder aumento real aos trabalhadores”, disse a presidente do Sinthojur, Renata Magalhães. A data-base da categoria é 1º de agosto. Por isso as negociações do sindicato dos trabalhadores com o patronal tiveram início a cerca de um mês. Porém, a resposta a pauta de reivindicações aprovada em assembleia pelos trabalhadores, foi decepcionante. Os patrões ofereceram apenas a reposição das perdas inflacionárias de 3%, até junho deste ano. Esse índice ainda pode ser alterado para mais ou menos, conforme a inflação. “Esse índice é irrisório. Todos sabem que o preço dos produtos básicos subiram muito mais que isso. Além do mais, a reposição de inflação não é aumento de salário”, disse a presidente. A reposta do sindicato patronal ao Sinthojur beirou a arrogância. Além de não conceder aumento real ao trabalhador, o patronal já adiantou que também não aceita decidir a situação na Justiça, ou seja, não quer que seja impetrado Dissidio Coletivo.
Fora da realidade Segundo nota do DIEESE (Departamento Intersindical de Estatísticas Estudos e Socioeconômicos), de 6 de julho deste ano, a situação financeira das famílias brasileiras continua alarmante. No mês de maio, estimou-se que o salário mínimo necessário para sustentar uma família de quatro pessoas deveria ter sido de R$ 6.578,41. Isso representa quase cinco vezes o valor do salário mínimo vigente, que é de R$ 1.320. A pesquisa revela uma realidade preocupante: em junho de 2023, quando comparamos o custo da cesta básica com o salário mínimo líquido, ou seja, após o desconto de 7,5% referente à Previdência Social, constata-se que os trabalhadores remunerados pelo Piso Nacional comprometeram, em média, 55,63% de sua renda para adquirir os produtos alimentícios básicos. No mês anterior, esse percentual foi de 55,68%. Em junho de 2022, a situação era ainda mais crítica, com os trabalhadores(as) destinando 59,68% de sua renda líquida para suprir suas necessidades básicas. Esses números refletem a dificuldade enfrentada pelas famílias em equilibrar seu orçamento diante dos altos custos dos alimentos essenciais. Segundo o DIEESE, “é evidente que medidas precisam ser tomadas para garantir uma melhoria nessa realidade, proporcionando condições dignas de vida para todos os trabalhadores(as). É fundamental que as questões relacionadas aos salários mínimos e ao custo de vida sejam abordadas de maneira séria e efetiva, a fim de proporcionar um futuro mais próspero para as famílias brasileiras”. As negociações do Sinthojur ainda não foram concluídas. O sindicato espera que as empresas tenham sensibilidade e entendam que seus empregados precisam dispor de boa qualidade de vida para que o rendimento de suas funções seja adequado a necessidade da empresa. |