O senador Paulo Paim (PT-RS) criticou o argumento de que a terceirização gera empregos. Segundo ele, o que gera emprego são as necessidades do mercado. Paim defendeu a regulamentação dos trabalhadores que já são terceirizados, em vez da possibilidade irrestrita de terceirização.
O senador afirmou ainda que, se a proposta aprovada na Câmara dos Deputados for sancionada, os trabalhadores serão demitidos e recontratados com salários menores. Já o lucro, disse o senador, irá apenas para os donos da empresa matriz e da empresa que terceiriza mão de obra. O senador citou caso ocorrido no México em que houve prejuízos para os trabalhadores do setor bancário.
- Houve caso, no México, de 50 mil trabalhadores do setor bancário serem todos demitidos e recontratados por uma terceirizada com 40% do salário. Aqui no Brasil não é diferente. Eu acho que é mais cruel do que lá o que acontece aqui - disse o senador.
Reforma da previdência
Paulo Paim criticou pontos da reforma da Previdência em análise na Câmara dos Deputados. Ele lembrou que outros países, ao mudarem as regras de aposentadoria, adotaram fórmulas de transição na idade mínima e no tempo de contribuição.
O senador lamentou a discrepância que haverá na aposentadoria dos servidores públicos federais e na dos funcionários de estados e municípios.
- Vamos ter no estado do Rio Grande do Sul ou de Santa Catarina, uma professora na mesma função, com a mesma capacidade, o mesmo tempo de escola, uma se aposentando com 25 anos de contribuição, pois manteve a [aposentadoria] especial, e a outra 50 anos de contribuição porque não manteve a especial - disse o senador.
O parlamentar acrescentou que o mesmo vai ocorrer na área de segurança publica, em que um policial civil poderá se aposentar com com 25 de contribuição nos estados, enquanto um policial federal terá que contribuir por 50 anos para a Previdência. Isso, em sua opinião, "desmonta todo o esquema de segurança no Brasil".
Paim afirmou que a comissão parlamentar de inquérito da Previdência vai cumprir um papel importante, trazendo dados sobre dívidas bilionárias de grandes empresas. Para ele, a cobrança dessas dívidas vai dobrar os recursos da Previdência Social, sem a necessidade de mudança nas regras de aposentadoria.
Fonte: Agência Senado