Lideranças das centrais sindicais se reuniram em Brasília (DF), na tarde da quarta-feira (3), com o senador Renan Calheiros (PMDB-AL), líder do partido na casa, para discutir o texto da Reforma Trabalhista, aprovado na Câmara e que seguiu para votação no Senado. As entidades sindicais acusam o presidente da Câmara, deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), de não dialogar com a população e defender interesses de empresários.
“Todas as centrais se manifestaram numa mesma linguagem, preocupadas com o texto da reforma. Da forma com está colocada [a Reforma Trabalhista], a CLT é desprezada e a tendência é que ela desapareça”, afirma José Calixto Ramos, presidente da Nova Central Sindical de Trabalhadores (NCST). Para o sindicalista, muitos parlamentares têm interesse em beneficiar empresas em detrimento dos direitos trabalhistas. “Existe, com honrosas exceções, um trabalho orquestrado no executivo e no legislativo para desmantelar o sistema sindical brasileiro e retirar toda a representatividade do trabalhador”, alertou.
Calixto também enfatiza que o trabalho nas bases, cobrando dos parlamentares em seus estados que apoiem propostas que beneficiem a população, é de vital importância para evitar que a reforma seja aprovada no Congresso. “Orientamos o nosso pessoal para fazer um trabalho regional junto aos seus senadores e deputados federais. Isso vai nos ajudar muito”, explica.
No entanto, o presidente da NCST alertou para o fato de que, independentemente do diálogo com congressistas, há possibilidade de se construir uma outra greve geral. “Não temos uma data definida, mas se a população não for ouvida e o diálogo não existir, vamos mostrar a força das ruas novamente. O povo aderiu à greve, pois sabe que seus direitos estão ameaçados”, finalizou.
Fonte: NCST