Em uma das maiores manifestações do ano, centrais sindicais reuniram mais de 15 mil pessoas em São Paulo para repudiar a entrada em vigor, neste sábado (11), das alterações nas regras de contratação de trabalho. Como resposta à Reforma Trabalhista (Lei 13.467/2017), que entra em vigor a partir deste sábado (11), as centrais sindicais convocaram seus filiados para o “Dia Nacional de Mobilização em Defesa dos Direitos”, realizado hoje (10) em todo o país.
A ideia foi chamar a atenção da população sobre as mudanças nas leis trabalhistas trazidas pela reforma em uma série de protestos até o fim do ano. Em São Paulo,
a manifestação reuniu cerca de 15 mil pessoas na Praça da Sé, região central da cidade. “Queremos mostrar para a população como as reformas propostas pelo governo Temer são absurdas e usam o mentiroso argumento de geração de empregos para retirar a proteção da classe trabalhadora”, explica Moacyr Roberto Auersvald, presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Turismo e Hospitalidade (CONTRATUH). Ele também critica a portaria do Ministério do Trabalho que revê a divulgação da Lista do Trabalho Escravo no Brasil. “Revogaram a Lei Áurea, autorizando uma portaria que protege o empresário que comete esse tipo de ato criminoso com seus trabalhadores. Coincidência ou não, a decisão agradou a Bancada Ruralista do Congresso às vésperas da votação de pedido de investigação do presidente
Temer. Parece um jogo de cartas marcadas às custas da vida da classe trabalhadora”, alerta Moacyr.
“Essa é só a primeira de muitas manifestações que faremos em todo o Brasil para dar nosso recado ao Congresso: não aceitamos dessa ‘Deforma Trabalhista’.
Além disso, estamos indo nas fábricas, conversando com a base e conscientizando toda a classe trabalhadora, para que se façam valer os acordos coletivos e para que os direitos trabalhistas, conquistados com anos de luta, não sejam reduzidos com uma canetada”, explicou José Calixto Ramos,presidente da Nova Central Sindical de Trabalhadores (NCST). Para dirigentes sindicais que organizaram as marchas de hoje (10/11), a nova lei do trabalho, que modificou mais de cem artigos da CLT, retira a proteção da classe trabalhadora e abre caminho para a terceirização de todos os setores, dando instabilidade.
“Temos que fazer uma resistência. Se conseguirmos esse enfrentamento na primeira empresa, as demais vão repensar a adoção das novas regras da Reforma Trabalhista. Mas se aceitarmos a reforma sem nenhum questionamento, ela será colocada da forma como foi aprovada”, alertou Artur Bueno, coordenador do Fórum Sindical de Trabalhadores (FST).
Além das manifestações, as entidades, representadas pelo FST, entregam um documento nesta quarta-feira (08) ao senador Eunício Oliveira, presidente do Senado,
como forma de repúdio à reforma e às declarações do presidente do Tribunal Superior do Trabalho (TST), ministro Ives Gandra, alegando que a redução de
direitos irá gerar mais empregos no País.
Imprensa CONTRATUH